Dez anos me recusando a assistir este filme para ter que dar o braço a torcer: ele é bom. E não só bom, ele é legal. Porque é foda assistir um filme tecnicamente bom, mas que seja um saco. Chamei de “pseudo” várias pessoas por gostarem tanto desse filme (mas tudo bem, a maioria delas continua sendo pseudo, mesmo) e agora me vejo na situação contrária. Oh, meu deus, serei eu, também, chamado de pseudo?
Amelie Poulain tem um tom diferente, teatralizado, e tudo nele remete a um filme infantil, mas não é bem assim. Vejo méritos gigantescos na narração (geralmente, narração é sinônimo de que o diretor – ou os produtores – te acham um ignorante), ao descrever os personagens pelos seus hobbies, ou por pequenas coisas dos quais gostam (e me vi compartilhando de algumas das preferências deles, e também fiquei imaginando o que poderia ser falado sobre mim, caso me descrevessem dessa forma). E o tal “mundo fantástico” da protagonista, que tanto me falavam, não é tão mau quanto eu pensava, afinal. É só nosso bom e velho planeta Terra, mas visto por olhos mais ingênuos, infantis.
Sobre a trama, trata-se basicamente do dia-a-dia de Amelie, com seu pai viúvo, trabalhando num café, apaixonando-se por um peculiar desconhecido e, neste meio tempo, procurando melhorar a vida de todos ao seu redor, de alguma forma.
É bonito, admito. Não esperava gostar tanto.
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